O diagnóstico para a dependência do uso de
drogas é caracterizado por uma variedade de sintomas que indicam prejuízos e
comprometimentos para o indivíduo. O seu consumo e dependência é considerada
uma doença crônica e que acompanha o indivíduo por toda a vida. O tratamento é
voltado para a diminuição desse sintomas, e acima de tudo da busca de um novo
estilo de vida.
Os profissionais que trabalham com
indivíduos usuários de substâncias psicoativas tem que conhecer os efeitos
agudos e crônicos das drogas de abuso, suas formas de uso, a prevalência e os
padrões de uso mais típicos.
Atualmente,
considera-se que os indivíduos que apresentam problemas com droga compõem grupos variados e necessitam de tratamentos diferentes.
É essencial que o paciente tenha motivação para a mudança.
Dificilmente há a procura do tratamento. Assim,
o primeiro passo para o tratamento é alcançar um nível de participação e
motivação suficientes para manter um tratamento a médio e longo prazo. As principais razões de procura do tratamento
são: complicações médicas (p. ex.
convulsões), ocupacionais (perda do emprego), interpessoais (divórcio,imposição
familiar), legais (sentença judicial), financeira (dívidas), ou pisiquiátrica
(depressão ou alucinações decorrentes do consumo).
Costuma-se propor três objetivos ordenados:
abstinência, melhora da qualidade de vida e prevenção de recaídas.
Quando
encaminhar ao especialista? Quando apresentarem, principalmente, as seguintes
características:
1. suspeita de outras doenças
psiquiátricas;
2. não melhoraram com os
tratamentos anteriores;
3. tiveram
múltiplas tentativas de abstinência sem sucesso.
É no primeiro contato do paciente
com o serviço assitencial que acontece a avaliação cuidadosa e mais completa
possível do caso, essencial para que o
paciente possa receber ajuda. O objetivo
é obter a descrição detalhada para a situação do usuário.
O
histórico clínico do paciente deve conter obrigatoriamente:
- Drogas já
utilizaadas e as que atualmente consome;
- Utilização
destas junto com outra substância;
- A via de uso atual e anteriores;
- Quantidade
consumida no último ano, mês e semana, a dose diária;
- O volume de
gasto de dinheiro relacionados ao vício;
- Frequência
que ocorre o consumo da droga;
- Histórica de
vida do paciente,para saber o que pode ter levado o paciente a experimentá-las,
sua progressão, o surgimento dos prejuízos relacionados, a busca do tratamento;
- Consulta com
um parente para que se possa obter informações como por exemplo se há contribuição na família
para o consumo e também para auxiliar o paciente nos primeiros passos de
abstinência;
- Avaliação
física e psíquica;
Estes fatores indicam a compulsão
do indivídio para o consumo. As situações onde ocorre a ingestão são
importantes para a previsão de possíveis fontes de recaída durante o
tratamento.
Comorbidades pisciquicas: O uso de
drogas pode ser causa e/ou conseqüência de sintomas psiquiátricos. Quando a
presença desses sintomas demonstra representar uma doença independente, além do
transtorno pelo uso das drogas, é caracterizado por duplo diagnósticos ou
comorbidade.
Há sete regras básicas que ajudam o paciente a se tratar da
cocaína e que também são válidas para outras drogas:
- O momento de parar é agora;
- Deve-se
parar o consumo;
- Parar
todas as drogas de abuso;
- Mudar
o estilo de vida;
- Sempre
que possível evitar situações, pessoas e ambientes que causem fissuras;
- Procurar
outras fontes de prazer;
- Cuidados pessoais: aparência,
alimentação, exercícios, etc.
Tipos de tratamento:
A gravidade do uso determina o tipo de tratamento
necessário para o paciente. A seguir os principais modelos de
tratamento utilizados:
-Desintoxicação: os objetivos são
alívio dos sintomas existentes; prevenção do agravamento do quadro (convulsões,
por exemplo); comprometimento do indivíduo no tratamento. Pode ser feita em
três níveis: tratamento ambulatorial, internação domiciliar e internação hospitalar.
-Grupos de
auto-ajuda: Narcóticos Anônimos (NA). Os grupos são gratuitos e amplamente
disponíveis em todo o País. Servem de apoio ao dependente químico, pois se orientam
pela experiência dos demais participantes e pela identificação com eles.
-Comunidades
Terapêuticas: utilizam uma filosofia terapêutica baseada em disciplina,
trabalho e religião.
-Tratamento
Farmacológicos: funciona com a prescrição de medicamentos, por profissionais da
área médica. Tem os objetivos de: tratar sintomas da intoxicação e da
abstinência;substituir o efeito da substância, fazer efeito contrário à droga,
causar aversão à droga.
-Prevenção
a recaídas: objetiva treinar as habilidades/estratégias de enfrentamento de
situações de risco,além de promover amplas modificações no estilo de vida do
indivíduo.
-Terapia de grupo: alternativa para atender
um maior número de pessoas, num menor tempo, e, portanto, com um custo
mais baixo.
-Terapia de família: utilizada quando
se percebe que o conflito familiar interfere diretamente no tratamento. Objetiva
aprimorar a comunicação entre cada um de seus componentes.