Como funciona o tráfico de drogas:
O narcotráfico no Brasil e no mundo é principalmente de
cocaína e de maconha. Há três tipos de rotas de tráfico no Brasil: rotas
caseiras, rotas internacionais e rotas mistas
Rotas Caseiras: A droga circula dentro do território do país, com a
finalidade de suprir a quantidade de droga consumida pelos brasileiros.
Rotas Internacionais: nelas a droga apenas passa pelo Brasil que é uma
região estratégica e é usada como se fosse um corredor das drogas, tendo como
destino os Estados Unidos e a Europa
Rotas Mistas: nelas, as drogas vêm de outro país ao Brasil e parte fica no
país para consumo interno e a outra parte vai para o exterior.
Em relação à cocaína e à maconha, a demanda interna brasileira é grande,
dessa forma, o Brasil não consegue produzir o suficiente para compensar a
demanda interna e por isso precisa importar de outros países. O país que mais
fornece cocaína para o Brasil é a Colombia e o Paraguai é o principal
fornecedor de maconha.
Por causa de sua grande fronteira, o governo vem tendo dificuldades
bastante grandes para controlar a entrada e saída de drogas no país. Apenas por
terra são mais de 16 mil quilômetros de fronteira. Muitos rios são rotas entre
o Brasil e outros países e também servem como rota interna.
A entrada do entorpecente no Brasil é só uma parte da rota das drogas no
Brasil, essa rota passa por vários processos desde a produção até a chegada ao
consumidor final.
O plantio da maconha se dá normalmente no Polígono da Maconha que fica
entre o sertão de Pernambuco e a Bahia, perto do rio São Francisco.
Aproximadamente 40 mil pessoas, entre elas cerca de 10 mil crianças e adolescentes
trabalham em torno 12 horas ao dia, 6 meses ao ano no plantio, cultivo e
colheita da maconha e da cocaína. Nessa área são produzidas mais ou
menos 4 mil toneladas a cada ano. Após ser colhida a maconha passa pela
secagem, e a cocaína é vinda da Colombia.
Depois disso, a droga é passada para o atravessador, um homem que a
leva até os principais centros urbanos, deixando-a quase pronta para o
consumo.
Para você ter uma maior proporção do valor que as drogas chegam, vamos usar
o exemplo da cocaína. O quilo de cocaína no país de origem, Colômbia custa
2 mil dólares, chega ao Brasil por 4,5 mil dólares, e pode chegar
no Oriente Médio e no Japão atinge a seu maior valor: 80 mil dólares o
quilo.
Ao chegarem as drogas nas mãos do traficante, começa a distribuição até
chegar ao consumidor final, são eles das mais variadas classes sociais, ricos e
pobres, que são a base do lucro dos traficantes.
Do traficante até o consumidor
A droga passa pelas mãos do químico, cuja função é batizar a droga (adicionar
determinada substancia à droga para aumentar a produtividade). Com as
drogas em suas mãos, o traficante escolhe o local será o ponto de venda, a
‘‘boca de fumo”. Com isso, são contratados jovens, os “fogueteiros” que ficam
em pontos estratégicos, com fogos de artifício para serem acionados no momento
em que as drogas chegam e ficam à disposição e quando a chega a polícia. O
dono do local da venda contrata os “soldados” ou “vapores”, que vendem a droga
aos usuários; muitas vezes crianças têm que exercer essa função e são chamadas
de aviões. Outros empregados do tráfico são “esticas” que são aqueles que
vendem as drogas em lugares mais movimentados como faculdades, boates,
bares e condomínios. A venda de drogas é realizada em tempo integral,
sendo que durante o dia inteiro há um revezamento de 12 horas. Em algumas
favelas existe ainda o chamado “drive-thru” das drogas. Os traficantes se
estabelecem em um ponto e os "clientes", de carro, passam, pagam e
pegam a droga. Em São Paulo e no Rio, há também outro tipo de comércio, o
serviço “delivery”. O cliente telefona para o número vendedor e em pouco tempo
um motoboy chega com o "pedido", que pode ser entregada em qualquer
lugar que for combinado.
O Brasil além de ser um grande consumidor e produtor de drogas, é também um
grande ponto estratégico na rota da droga pelo mundo, principalmente mandando
narcóticos aos Estados Unidos e à Europa. No mesmo "pacote" do
tráfico de drogas vem o tráfico de armas. Nessa negociata, os
delinquentes pagam o que consomem, com trocas de produtos.
Um
exemplo é o caso da rota Brasil-Suriname: os traficantes do Brasil vão até o
Suriname, onde adquirem armamento, pagando com drogas. Pelo Suriname
que entra no nosso país considerável parte das armas feitas na Europa, como o
fuzil AK-47 e metralhadoras antiaéreas asiáticas. Armas essas, que despertam
interesse nos traficantes brasileiros e a facções criminosas, como o Primeiro
Comando Capital (de São Paulo) e o Comando Vermelho (do Rio de Janeiro), para
permanecer com o controle dos pontos de drogas e dos crimes.
Seduzidos por promessas de dinheiro fácil e rápido, status, carros e
festas, jovens sem perspectivas ou que preferem buscar o "sucesso"
fácil, entram no mundo do tráfico e normalmente não acham o caminho de volta e
viciados terminam bancando o luxo do tráfico com a própria vida.
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